24 - Dos & dont's
Não quero aumentar o tamanho do meu pénis.
Não quero habilitar-me a uma fantástica bimby.
Não quero passar um fim-de-semana num magnífico hotel da parvónia.
Quero que metam a internet, de uma pnta à outra, pelo cu
e, já agora, a rádio, a televisão e os jornais (rotativas incluídas).
Quero um mordomo, isso quero, de libré,
para me fazer mayonnaise e ler a Bíblia;
um harém, de faces trigueiras e rosadas,
que saiba amar e cultivar legumes;
e quero, sobretudo, o som do mar
agora e na hora da minha morte.
(Lérias, Averno, Lisboa, 2011, p. 37).
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
A poesia em 2011: Nunes da Rocha
Nódoa
Tenho uma nódoa na camisa,
Meu coração não está de maré!
Pudesse tirar um verso da matriz,
Como do nariz, um burrié!
Tenho uma nódoa na camisa,
Meu coração não está de maré!
Pudesse tirar um verso da matriz,
Como do nariz, um burrié!
(Cova funda, &etc, Lisboa, 2011, p. 21).
domingo, 6 de novembro de 2011
A poesia em 2011: António Barahona
Falar de coisas práticas
Falar de coisas práticas, talvez
tratar dos meus negócios em poemas;
atender, por extenso, às circunstâncias
de passar fome há mais de meio mês.
A história do cavalo do inglês
faz-me rir a bandeiras despregadas,
digo sílabas só embandeiradas
e cômo os pregos um de cada vez.
Mudar a minha ementa, eu aspiro,
porque já tenho o estômago de ferro
e meu trabalho é tornar-me em oiro:
a luta dos metais, maior tesoiro,
religa a alquimia em que me encerro
no sonho dum bom bife e dum cigarro.
Falar de coisas práticas, talvez
tratar dos meus negócios em poemas;
atender, por extenso, às circunstâncias
de passar fome há mais de meio mês.
A história do cavalo do inglês
faz-me rir a bandeiras despregadas,
digo sílabas só embandeiradas
e cômo os pregos um de cada vez.
Mudar a minha ementa, eu aspiro,
porque já tenho o estômago de ferro
e meu trabalho é tornar-me em oiro:
a luta dos metais, maior tesoiro,
religa a alquimia em que me encerro
no sonho dum bom bife e dum cigarro.
(Raspar o fundo da gaveta e enfunar uma gávea, Averno, Lisboa, 2011, p. 100).
terça-feira, 1 de novembro de 2011
O amor é cego e dura até hoje
Passaram vinte anos. Parece que foi ontem. Recomecemos mais uma vez. E outra. E outra.
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